CRA e as oportunidades de crescimento no agronegócio
Um dos grandes desafios enfrentados pelo setor do agronegócio brasileiro é diversificar e encontrar linhas mais vantajosas de financiamento, em busca de maior eficiência financeira.
É, neste contexto, que surgem os Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRAs). Eles atuam como um mecanismo de captação de recursos e como eles impactam positivamente o crescimento das operações do agronegócio e a governança corporativa do setor.
O que é CRA?
Os CRAs tiveram sua primeira emissão em 2009. Eles são títulos de crédito destinados a financiar o setor agropecuário e sua principal vantagem é a flexibilidade e isenção de IR e IOF para o investidor, incentivando investimentos privados no agronegócio.
O CRA permite que empresas do agronegócio antecipem seus recebíveis, cedendo-os a uma securitizadora que emite e repassa aos investidores. Em troca, a empresa paga o montante devido ao investidor, indexado ao IPCA ou CDI, com prazos variando de quatro a quinze anos em média
Esses títulos são vinculados a direitos creditórios de produtores rurais e cooperativas e não possuem garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), sendo voltados para investidores qualificados e profissionais.
Importância do CRA para o agronegócio
O CRA é uma ferramenta essencial para o financiamento do setor agropecuário, permitindo que produtores rurais e empresas relacionadas antecipem seus recebíveis e obtenham liquidez imediata. Emissores reúnem títulos de dívidas agrícolas, que são vendidos a investidores, proporcionando recursos para atividades como financiamento de safra, aquisição de maquinário e insumos.
Para os produtores, o CRA oferece acesso ágil à capital, enquanto os investidores beneficiam-se da diversificação de portfólio e de retornos atrativos, além da isenção de IR e IOF. Embora os CRAs não contem com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), eles são considerados investimentos de renda fixa com potencial de retorno superior.
Oportunidades de crescimento no agronegócio
O agronegócio brasileiro é um pilar crucial da economia, alcançando um PIB de R$ 2,58 trilhões em 2023, sendo R$ 1,86 trilhão do setor agrícola e R$ 721 bilhões do pecuário, segundo o Cepea/Esalq/USP. O setor também estabeleceu um recorde de faturamento em dólar, com vendas externas ultrapassando US$ 166 bilhões, um aumento de 4,2% em relação a 2022, impulsionado por um crescimento de 18% na oferta de grãos e uma safra recorde.
A elevada demanda internacional, especialmente da China, assim como as importações dos Estados Unidos e da União Europeia, foram determinantes para estes resultados.
Assim, as oportunidades de investimento no agronegócio brasileiro se mostram amplas, abrangendo desde a produção tradicional até inovações e práticas sustentáveis. O agronegócio se destaca como um setor dinâmico e promissor, oferecendo potencial significativo para crescimento e retorno sobre investimento.
Expansão do mercado
O agronegócio brasileiro se destaca como um setor em franca expansão, refletindo tendências de crescimento tanto no Brasil quanto em mercados globais.
Com um aumento da demanda por produtos agroalimentares, principalmente em mercados emergentes, há uma expectativa crescente de que o agronegócio continue a contribuir significativamente para o PIB nacional.
Nesse contexto, os CRAs desempenham um papel vital na facilitação de investimentos e financiamento da expansão do setor, proporcionando aos produtores acesso a recursos financeiros que possibilitam a ampliação da produção e melhorias na infraestrutura.
Inovação e desenvolvimento sustentável
A inovação e o desenvolvimento sustentável são pilares fundamentais para a evolução do agronegócio. O setor tem se beneficiado de avanços tecnológicos que aumentam a eficiência produtiva, desde a utilização de sementes geneticamente modificadas até a implementação de sistemas de irrigação inteligentes.
Além disso, as práticas de sustentabilidade estão ganhando destaque, já que empresas buscam atender às exigências ESG (Environmental, Social, and Governance). Implementar tais práticas não apenas melhora a imagem corporativa, mas também atrai investimentos de fundos que priorizam a sustentabilidade, reforçando a competitividade no mercado.
Globalização e mercados internacionais
A globalização também apresenta oportunidades significativas para o agronegócio brasileiro. Com a expansão da demanda internacional, especialmente pela China, Estados Unidos e União Europeia, o Brasil se consolida como um dos principais exportadores de produtos agrícolas.
A diversificação dos mercados de exportação amplia as oportunidades para parcerias internacionais e colaborações estratégicas. Essa dinâmica não apenas promove o crescimento econômico, mas também fortalece a posição do Brasil como um player indispensável no comércio agroalimentar global.
Crescimento do agronegócio no mercado financeiro
O agronegócio, embora ainda sub-representado no mercado financeiro, apresenta um grande potencial de crescimento. Em meio a esse cenário, os CRAs e os Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais (FIAgros) estão ganhando destaque.
Esses instrumentos financeiros não apenas ampliam as possibilidades de investimento no setor, mas também refletem o crescente interesse e confiança dos investidores nas oportunidades oferecidas pelo agronegócio.
Segundo a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nos últimos doze meses até março, a participação do agronegócio no mercado de capitais aumentou 8%, alcançando um volume de R$ 492,91 bilhões. O mercado de CRA cresceu 7,7%, supera a média do mercado, com um patrimônio líquido de CRA que atingiu R$ 140 bilhões — um salto de 26,9% no ano. As debêntures são destaque como lastro para CRAs, representando 35% deste mercado.
Linhas de crédito e incentivos fiscais no agronegócio
O agronegócio brasileiro conta com diversas linhas de crédito bancárias que são fundamentais para o seu desenvolvimento. O governo oferece subsídios que tornam essas linhas ainda mais atraentes, reconhecendo a importância do setor para a economia nacional.
Entre os incentivos fiscais, destaca-se a isenção do Imposto de Renda, como foi comentado anteriormente, para os CRAs, o que reflete a confiança nas oportunidades geradas por esses investimentos.
Para produtores e empresas que enfrentam dificuldades em acessar crédito bancário ou que buscam condições mais flexíveis, o mercado de capitais apresenta-se como uma excelente alternativa.
Nos CRAs emitidos para produtores rurais ao longo do ano, as taxas de juros variaram de CDI + 2% a CDI + 6%, com prazos que vão de 1 a 15 anos. Além disso, os perfis de garantias oferecidos são diversos, permitindo negociações mais customizadas do que aquelas possíveis nos financiamentos bancários tradicionais. Essa flexibilidade é um atrativo significativo para muitos agentes do setor.
Desafios e perspectivas futuras para o agronegócio
O agronegócio brasileiro enfrenta diversos desafios, que vão desde dificuldades logísticas e mudanças climáticas até a complexidade regulatória e os riscos na captação de recursos.
Os CRAs são uma ferramenta interessante para diversificar as fontes de financiamento, sendo vital a escolha de parceiros estratégicos para assegurar a sustentabilidade financeira.
A Virgo destaca-se nesse cenário como uma parceira essencial, com expertise em estruturar operações personalizadas para o setor. Com exemplos de sucesso, como a Premium Tabacos do Brasil, na expansão da produção, Ruiz Coffes, na compra de fazendas, e Taco Bell, na aquisição de insumos, a Virgo reafirma seu compromisso em promover um agronegócio mais robusto e sustentável.